VILAR DE MOUROS SEMPRE

Blogue que visa a promoção e divulgação de Vilar de Mouros, sua cultura, seus interesses, necessidades, realizações e suas gentes, mas que poderá abordar também outros temas, de ordem local, regional ou mesmo nacional.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

ILUMINAÇÕES DE NATAL

Mais um Natal nos bate à porta, num período em que inúmeras famílias portuguesas estão a ser fustigadas por uma crise para a qual em nada contribuíram.  São já milhões os portugueses que se encontram abaixo ou próximo do limiar da pobreza, muitos dos quais em situação desesperante. 

É assim a vida. Os mais débeis e humildes pagam sempre pela incompetência, pela ganância, prepotência, falsidade e ausência de escrúpulos dos mais poderosos. Sempre assim foi e (espero enganar-me), assim sempre será. Porquê? Porque a maioria de nós permite, com o seu silêncio cúmplice ou oportunismo mesquinho, que assim seja. 
Bah…mas lá estou eu outra vez a incomodar os corações mais sensíveis em plena época natalícia. Bolas, que tipo mais chato! Afinal não estamos no Natal?  Então vamos fazer de conta que está tudo bem, que somos todos bonzinhos, solidários (ahahahah) e cheios de bons sentimentos! Vamos acreditar que o governo (que elegemos…) e seus amigos troicanos tudo estão a fazer para recuperar o país e proteger os que mais precisam. 

Sim…pois… parece que há pessoas que atravessam algumas dificuldades, mas temos de aceitar, às tantas a culpa também é delas, há quem não goste de trabalhar…blá, blá, blá (pensar assim ajuda a aliviar a consciência), vamos mas é brindar com os familiares e amigos, comer um bom bacalhau, rabanadas, beber uma boa pinga e esquecer tudo o resto, que não é nada connosco!

Bom, o que é dramático é que, de facto, cada um de nós, de per si, pouco ou nada pode fazer. Coletivamente, sim, poderíamos e deveríamos fazer bem melhor em prol de uma sociedade onde justiça e democracia não fossem palavras cada vez mais esvaziadas de sentido.

A terminar e para que me perdoem estes desabafos, deixo aqui a minha pequena dádiva de Natal, consubstanciada num curto vídeo por mim editado a partir de imagens que colhi das iluminações natalícias de Vilar de Mouros (um pequeno presépio), Caminha e Seixas. Tenho pena de não o ter feito noutras freguesias também mas…não deu, fica para a próxima.  É um trabalho bem simples que dedico, em especial, aos vilarmourenses, caminhenses e outros amigos pelo mundo espalhados, como forma de amenizar as saudades, sempre mais fortes nestas quadras festivas.

Boas Festas e Feliz 2014 para todos.

Para ver, clicar na foto (pode ser visto em tela cheia)


segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

BELEZA E ELEGÂNCIA

Sem quaisquer pretensões artísticas mas apenas porque acho bonito, deixo-vos aqui um pequeníssimo trabalho de vídeo feito a partir de umas fotos que tirei em Moledo, junto à praia, onde passo longos momentos, de verão e de inverno, contemplando uma das mais belas das muitas maravilhas com que a natureza decidiu contemplar todo este, quantas vezes desprezado pelas mais altas esferas, alto-minho. As vedetas, desta vez, são gaivotas. Dura apenas minuto e meio. Podem ver AQUI.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

AUTÁRQUICAS - TOMADAS DE POSSE

Em resultado das eleições de 29 de Setembro último, foram empossados no dia 18 de Outubro os novos autarcas para a Câmara Municipal de Caminha e para a Junta de Freguesia de Vilar de Mouros. Para a primeira, às 18 horas, no Cineteatro Valadares e para a segunda à 21H30, na respetiva sala da assembleia.

No município

Não me tendo sido possível estar na sede do concelho, para assistir à tomada de posse do novo Presidente da Câmara, o socialista Miguel Alves, bem como dos restantes eleitos para aquele órgão e para a Assembleia Municipal, nem por isso posso deixar passar esta oportunidade para aqui manifestar a minha profunda satisfação pela mudança verificada no município, pondo termo a um ciclo de governação profundamente antidemocrático, como tantas vezes denunciei neste blogue e fora dele. O dia 29 de Setembro de 2013 dificilmente será esquecido por todos os caminhenses que põem valores como a dignidade, a justiça, a equidade e o direito de ter opinião, acima de  quaisquer outros. Não tendo dúvidas de que a grande responsável por este clima de crispação, de tratamento desigual para “os amigos” e para “os outros”, quantas vezes de autêntica perseguição, foi a presidente cessante, Júlia Paula Costa (contra quem não tenho nada de pessoal, note-se) também não as tenho de que, sozinha, nunca conseguiria ter feito o que fez e alguns, talvez bastantes, terão, à sua sombra, usufruído de benesses e regalias de, pelo menos, muito duvidosa legitimidade ou mesmo legalidade. Assim e quando muitos (eu próprio tive sérias dúvidas, tenho de o admitir) atribuíam grande favoritismo ao PSD, até pelo eleitoralismo descarado de que se revestiram grande parte das iniciativas camarárias nos últimos meses de mandato, eis que uma enorme vaga de fundo varre o concelho, as pessoas ganham consciência da necessidade de mudança, confiam na mensagem de esperança que o Miguel Alves tão bem soube transmitir e dão-lhe uma vitória que, embora curta na diferença do número de votos – 261 – teve um mérito e um significado enormes, se atentarmos no verdadeiro fosso que separava a votação entre os dois partidos no ato eleitoral de 2009 e que lhe era, naturalmente, desfavorável: “apenas” 1754 votos! Brincando um pouco apetece-me dizer que…ia atrás 1754…passou para a frente 261…é só fazer as contas! E eu fi-las: numas eleições em que votaram 10 961 pessoas, conseguiu recuperar 2015 votos! 


Na freguesia

 

Os vilarmourenses, pelo menos, não podem queixar-se de falta de opções de escolha! Foi uma farturinha: quatro listas para uma freguesia com 767 eleitores! Caso único num concelho onde freguesias em tudo semelhantes foram a votos com uma só lista! Dado que o total de inscritos nessas quatro listas ultrapassava, entre efetivos e suplentes, os oitenta, temos uma média de pouco mais de 8 eleitores para cada candidato! É obra!  Curiosamente, eu, que sempre fiz parte das listas desde que há eleições pós 25 de Abril, desta vez fiquei, por opção, de fora. Expliquei o porquê na minha mensagem anterior e estou muito feliz por tê-lo feito. Acho que tenho uma certa propensão para remar contra a maré...feitios, como diria o Raul Solnado... uma questão de dignidade e de me recusar a pensar pela cabeça dos outros, digo eu, mesmo que à custa de eventuais prejuízos pessoais, da incompreensão de alguns e até da maledicência ou hostilidade de, felizmente, muito poucos.
 
Cada um é como cada qual, como diz o povo.
 

Mas voltemos às eleições.

Em Vilar de Mouros, votaram 562 pessoas, a saber:

 CDU – 178 – 31,67%

 PSD – 154 – 27,40%

 PS – 120 – 21,35%

 MIV (lista de independentes) – 88 – 15,66%

 Votos brancos – 8

 Votos nulos – 14

Não vou aqui tecer grandes comentários sobre estes números. Destaco apenas:
 
 - o regresso da CDU às vitórias (há quatro anos perdeu por dois votos…) mas com uma diferença de apenas 24 votos para o PSD, o que obrigou à necessidade de entendi- mentos para poder constituir a Junta de Freguesia. Fê-lo, natural- mente, com o PS, como adiante se verá.

-  a enorme dispersão de votos, o que me parece normal depois de uma campanha com uma intensidade e um envolvimento de tantas pessoas como não há memória;

 -  o elevado número de votos nulos e em branco (22 no total…), o que me parece sintomático e merecedor de uma profunda reflexão por parte de todos. É que, uma coisa é ficar em casa e não ir votar, talvez por comodismo, esquecimento, ou outra razão qualquer (fizeram-no 205 pessoas); outra bem diferente é a pessoa dar-se ao trabalho de se deslocar à secção eleitoral e, votando, dizer: “vim cá cumprir o meu dever de cidadania mas nenhum de vós me serve”.
 
Claro que as motivações de cada um só o próprio as saberá mas, em geral, não andarão muito longe disto e, em eleições para uma pequena freguesia, com quatro listas à escolha, onde todos se conhecem, estes números, só por si, não me parecem bom indicador.

O ato de posse foi uma sessão bastante participada, com a sala cheia e várias pessoas a terem de ficar de pé.

Miguel Alves, empossado nas suas novas funções de Presidente da Câmara duas ou três horas antes, fez questão de estar presente, gesto que considero de enorme importância por tudo aquilo que pode querer significar em termos da criação de laços de uma convivência sã e boa cooperação entre ambas as instituições.

Iniciados os trabalhos, o Presidente da Assembleia cessante, Mário Ranhada, procedeu à chamada e à instalação dos seguintes novos eleitos, conforme resultados obtidos:

 - Carlos Alves e João Arieira, da CDU (2);

 - Sónia Fernandes e José Carlos Fernandes, do PSD (2);

 - Sónia Torres e Vitor Barrocas, do PS (2);

 - João Filipe Lages, do MIV (1).


Cedendo, de imediato, a presidência provisória ao primeiro da lista mais votada, Carlos Alves, da CDU, os trabalhos prosseguiram até que, por proposta deste último, aprovada por maioria, a nova Junta de Freguesia passou a ter a seguinte constituição:


 Presidente – Carlos Alves (CDU)


 Vogais – Sónia Torres (PS)


                 João Arieira (CDU)


Feita a reconstituição da Assembleia de Freguesia, com a entrada de Amélia Guerreiro e Jorge Lages de Barros, da CDU, e Margarida Rocha, do PS, para substituição dos três elementos que passaram a integrar a Junta, passou-se à eleição da respetiva Mesa, que ficou, também aprovada por maioria, com a seguinte composição:

 - Presidente – Amélia Guerreiro (CDU)

 - 1º Secretário –  Margarida Rocha (PS)

 - 2º Secretário – Vitor Barrocas (PS)

Terminados os trabalhos e passando a Mesa a ser ocupada pelos três recém empossados, foi a altura de se proferirem umas breves alocuções, mais ou menos circunstanciais, alusivas ao ato, de que destaco, muito sucintamente, apenas as que me pareceram mais significativas:

- Amélia Guerreiro – sublinhou a importância de, pela primeira vez, estar presente num ato de posse nesta localidade o sr Presidente da Câmara, tendo-se congratulado com esse facto; apelou à união de todos e informou que a Mesa da Assembleia enviará aos delegados, atempadamente, todos os documentos a serem votados na sessão seguinte, podendo fazê-lo em formato digital a quem indicar o seu e-mail; (Nota: se a memória não me falha, e estou convencido que não, já cá esteve presente numa sessão de tomada de posse a presidente Júlia Paula. Fê-lo quando foi empossada a junta anterior, do PSD, não o tendo feito nas duas vezes em que foi empossada a junta CDU. Com sempre tratou todos com equidade..."à juliana", tratou-se de mais uma coincidência).

- Carlos Alves – agradeceu a presença do sr Presidente da Câmara, a que atribuiu importante significado, bem como o espírito de cooperação dos eleitos socialistas para o encontrar de uma boa solução para a Junta e Mesa da Assembleia; referiu a intenção de contar com o apoio e colaboração  de todos no encontrar das melhores soluções para a freguesia e de estar muito mais interessado em olhar para o futuro do que para o passado;
 

- Miguel Alves – felicitou todos os eleitos, destacando a riqueza do debate político em Vilar de Mouros, no contexto concelhio; cumprimentou os que cessam funções e enalteceu os esforços que desenvolveram no trabalho que fizeram para a freguesia; referiu ser a primeira tomada de posse a que assiste muito pouco tempo depois de ele próprio ser empossado e que gostaria que este gesto, para já uma novidade, passasse a ser coisa normal e regular no futuro; destacou a importância de um bom espírito de colaboração entre município e freguesias, bem como a sua disponibilidade para delegar nelas o maior número possível de competências e respetivos recursos;

- Sónia Fernandes – manifestou alguma tristeza e desapontamento por não ter conseguido o apoio popular suficiente para continuar em funções, afirmando que fez, com a sua equipa, o melhor que lhe foi possível, que nem tudo terá sido como tão bom como ela própria gostaria, e terminou desejando ao novo executivo os maiores êxitos, oferecendo-se para ajudar em tudo que estiver ao seu alcance.

Vou ter de concluir, que o texto já vai longo, mas não posso fazê-lo sem eu próprio deixar de expressar aqui, também, os meus melhores cumprimentos e votos de felicidade aos elementos da junta cessante, por quem fui sempre tratado com todo o respeito e consideração e que, estou certo, fizeram o melhor que puderam pela freguesia.

Aos que iniciam este novo mandato, num período bem difícil de crise generalizada a nível nacional, apenas desejo uma coisa  tão simples quanto isto: que passem das palavras aos atos! Se as ações corresponderem às intenções ora manifestadas, e espero e creio que sim, as coisas vão correr bem de certeza, até porque existem, à partida, excelentes condições relacionais para que isso suceda. Vamos todos fazer força nesse sentido, para bem de Vilar de Mouros e de Caminha.
 
Sei, sabemos, que a tarefa que os espera não é fácil, mas também sei, sabemos, que, se todos quiserem, muita coisa pode ser realizada. Assim os novos intérpretes do poder, quer a nível de concelho, quer de freguesia, tenham determinação, força e coragem    para o conseguir. Pela minha parte só lhes posso desejar os maiores êxitos.


sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Por que vou votar MIGUEL ALVES

Temos eleições autárqui- cas à porta: para o município e, pela primei- ra vez, para 14 das habituais 20 freguesias do concelho, já que a maioria que nos (des)governa, PSD e CDS   decidiu, contra a vontade da esmagadora maioria das populações, forçá-las a “casamentos de conveniência”, para a redução do seu número.

Como se sabe, em Caminha há uma direita e três esquerdas. Tal como a nível nacional, também neste concelho as forças mais conservadoras encontram quase sempre forma de reunir tropas no ataque ao poder. Depois de lá instaladas repartem, “democraticamente”, o espólio entre si  e, como diz a canção do Zeca Afonso, “eles comem tudo e não deixam nada”. 

Nem sequer me interessa aqui e agora falar da (in)competência ou não deste executivo na abordagem e resolução dos múltiplos problemas que vêm assolando, em crescendo, o nosso concelho. Preocupa-me mais o clima asfixiante, por falta de liberdade, que se instalou em Caminha: é  que não há memória, nesta linda terra, em democracia, de um exercício de poder autárquico tão autoritário, prepotente, discricionário e até persecutório como o atual. Podia citar casos factuais múltiplos, alguns até ocorridos comigo, quando membro de uma junta que foi massacrada por esta maioria municipal, mas nem vale a pena. Já tudo foi denunciado publicamente, tem sido mais do que badalado e só não o sabe ou reconhece quem anda muito distraído, quem já retira ou espera vir a retirar dividendos da situação ou então…quem tem medo. Sim, no concelho de Caminha, quase 40 anos depois do 25 de Abril,  ainda há medo de se dizer o que se pensa. O delito de opinião existe. Todo aquele que, de algum modo, depende da câmara para ganhar a vida, e não nos esqueçamos que esta é, apenas e de longe, a maior entidade empregadora do concelho…que se cuide! 

Não será, assim, por acaso, que os três partidos da oposição, PS, CDU e BE, venham convergindo, quase por unanimidade, nas duras críticas ao executivo e nas votações em assembleia municipal onde, por desgraça, estão em minoria. Como não será também por acaso que, pela primeira vez, tenham tido a iniciativa de avançar para a busca de uma tentativa de acordo entre si, no sentido de se apresentarem unidos, em coligação, ao eleitorado.

Lamentavelmente, isso acabou por não ser possível. A primeira e decisiva machada, foi dada pelo PCP. Os seus representantes abandonaram os trabalhos logo na segunda reunião, não por discordâncias locais, mas por orientação nacional do partido. As negociações entre o PS e o BE prosseguiram, houve acordo total a nível concelhio e distrital mas…a direção nacional deste último não o avalizou por estarem envolvidas apenas duas forças partidárias. 
O PSD deve ter esfregado as mãos de contente. Acabara de lhe ser prestado um excelente serviço.

Para mim, que durante 37 anos consecutivos (!) participei em listas apoiadas pelo PCP, tendo sido eleito nos primeiros 33, sendo 13 para a Assembleia e 20 para a Junta de Freguesia de Vilar de Mouros, tudo isto foi uma dolorosa deceção e só pode ser justificado à luz de mesquinhas estratégias eleitoralistas partidárias que, pelos vistos, são mais valorizadas que os reais interesses da população de Caminha. Ora, assim, não contem comigo. Se ainda admiti integrar uma lista unitária, numa qualquer posição onde fosse considerado útil, nas atuais circunstâncias achei que era tempo de me retirar definitivamente das lides partidárias, que não das minhas responsabilidades como cidadão livre e preocupado com o contexto social em que estou inserido.

É precisamente nessa condição e assumindo a defesa de valores que me são muito caros, como sejam a liberdade e a equidade, diariamente espezinhados por uma maioria municipal com muito poucos escrúpulos, que tem como principal objectivo, não o desenvolvimento harmonioso do concelho e o bem-estar de todos os munícipes, mas antes a manutenção do poder pelo poder a qualquer custo, que me atrevo a pedir aos caminhenses, de todos os quadrantes, que não concordam com o prosseguimento de uma política geradora de injustiças, divisionismos e hostilidades doentios entre conterrâneos, que concentrem os seus votos, no dia 29 de Setembro, no único candidato capaz de materializar uma reviravolta neste estado de coisas e possa devolver a Caminha o são espírito de convivência democrática: o Miguel Alves, do Partido Socialista. Eu vou fazê-lo, com toda a convicção. 

domingo, 4 de agosto de 2013

VILAR DE MOUROS 2014 - será desta?

Teve lugar no dia 30 de Julho, pelas 21H30, uma Assembleia de Freguesia extraordinária para análise, discussão e votação de uma proposta de protocolo elaborada conjuntamente pela Câmara Municipal de Caminha, Junta de Freguesia de Vilar de Mouros e AMA – Associação de Amigos do Autismo, em que esta última entidade assume a organização da um pacote de festivais de música, de 2014 a 2017.

Do clausulado desse protocolo, que pode ser consultado na íntegra aqui, parece-me merecedor de destaque o seguinte:

1 - Toda a receita e/ou mais-valia, financeira ou não, obtida com a realização das edições do festival reverterão para a AMA – Associação de Amigos do Autismo, que a canalizará para a construção de um edifício com a área total de 3327 m2, cujo projeto já se encontra aprovado, especialmente concebido e adaptado para a problemática em causa, situado em Viana do Castelo, num terreno cedido pelo município local;


2 - A essa associação compete:

 - Responsabilizar-se por eventuais prejuízos  decorrentes dos festivais e comprometer-se a organizá-los no “respeito pelos objetivos estabelecidos nas Linhas Estratégicas para a Organização do Festival de Vilar de Mouros”, documento que faz parte integrante do protocolo;

- A contratação de artistas, equipamentos, palcos e outras estruturas;

- a angariação de patrocinadores, apoios e parcerias; 

- a limpeza diária do recinto e parques de campismo nos dias do festival; 

- contratar e planificar os serviços de segurança de trânsito e pessoas, no período do festival;

- subscrever um seguro de multirrisco;

- selecionar e coordenar modelos de implantação de bares e outros tipos de concessões, dentro e fora do recinto, num raio de 1 Km;

-  negociar com os particulares, em colaboração com a Junta e Câmara, a cedência dos terrenos necessários, nomeadamente para campismo e estacionamento;

- pagar à Junta de Freguesia  € 10 000,00, sessenta dias antes de cada edição de festival;

 - oferecer mil ingressos para distribuir gratuitamente pela população residente.

3 - Ao Município compete:


- a cedência de terrenos de que seja proprietário para estacionamento e campis- mo;

- A preparação e limpeza do recinto com três semanas de antecedên- cia; 

- a criação de condições de saneamento e fornecimento de água e eletricidade;

- emissão das licenças da sua responsabilidade e colaboração na obtenção de outras;

- disponibilizar, em boas condições de funcionamento, equipamentos existentes no recinto;

- a implantação da sinalética de trânsito;

- a colocação de contentores em locais estratégicos e recolha periódica do lixo.

- o pagamento de € 10 000,00 à Junta, até sessenta dias antes do festival.

Compete-lhe ainda colaborar:

 -  na gestão de espaços para campismo e saneamento; 

-  na sensibilização quanto ao interesse na comercialização de comidas, bebidas e outros produtos relacionados com marcas e instituições patrocinadoras;

- na sensibilização quanto ao impedimento de acederem às imediações do festival postos de venda amovíveis não licenciados para o concelho de Caminha; 

- na contratualização dos serviços de saúde – Bombeiros e/ou Cruz Vermelha
4 - À Freguesia de Vilar de Mouros compete:


- A cedência do espaço para a realização do evento, incluindo o tempo necessário à montagem e desmontagem dos equipa- mentos, bem como outros períodos a definir, para efeitos de realização de iniciativas de índole promocional;

- Utilizar os € 10 000,00 que deverá receber do município na requalificação das estruturas existentes no recinto e a construção de outras.

     - Colaboração em todas as ações atribuíveis ao município,  exceto no que diz respeito à contratualização dos serviços de saúde, colocação de contentores e recolha do lixo em locais estratégicos.
Na  Cláusula 9ª  do protocolo consta que é “considerado como incumprimento o não pagamento das quantias acordadas por parte da terceira outorgante” (AMA)…mas consta também que “o não pagamento da quantia de € 10 000,00 por parte do Município de Caminha à Freguesa de Vilar de Mouros…não constitui motivo de resolução do presente protocolo…”

Na Cláusula 10ª  é referido que em caso de incumprimento, pelo Município ou pela Freguesia, ambos ficam solidariamente responsáveis pelo pagamento à AMA de “todas as despesas que a mesma tiver por causa e por conta do Festival” mediante a apresentação de documentos comprovativos.


Analisando um protocolo como este e considerando o facto de estarmos a dois meses de eleições autárquicas, não será de estranhar que a assembleia de freguesia tivesse uma participação de público como há muito não se via, o que é bom mas, e isso já não é assim tão bom, decorresse num ambiente  tenso, com muito nervosismo e alguma agressividade à mistura, o que em nada favorece a busca de entendimentos e o encontrar de soluções justas e equilibradas para um assunto que se reveste de elevado interesse não só para Vilar de Mouros como para todo o concelho.

Também não ajudou nada a deteção de algumas falhas dificilmente compreensíveis na preparação da assembleia, logo num  momento crítico e tão importante como este, que  indiciam, pelo menos, pouco cuidado por parte da mesa. Vejamos:

- da convocatória constava que iria ser apreciado e discutido o protocolo, mas não constava que o mesmo teria de ser votado nem aprovado; como é possível?

- embora conste, do próprio protocolo em análise, que as “Linhas Estratégicas para a Organização do Festival de Vilar de Mouros e a Dinamização do Espaço” fazem parte integrante do mesmo, a verdade é que esse documento não foi entregue aos delegados nem antes nem durante a assembleia, tendo de ser a Presidente da Junta a fazer um breve resumo oral do mesmo.

Erros e lapsos podem sempre acontecer, mas logo dois e no atual contexto são deveras reveladores de que qualquer coisa não está bem.

Quanto ao decorrer dos trabalhos participou, como convidado pela autarquia, Marco António Horta dos Reis – Presidente da Direção da AMA –Associação de Amigos do Autismo, que explicou aos presentes o que é, como surgiu, qual o seu percurso, o que faz e o que se propõe fazer no futuro a instituição que dirige, uma IPSS reconhecida como pessoa coletiva de utilidade pública, com sede em Viana do Castelo. 

Justificou a candidatura à realização do Festival de Vilar de Mouros como perfeitamente enquadrável na vertente empresarial da sua associação, vertente essa que é utilizada com o objetivo de angariação de receitas, de forma a fazer face aos elevados custos nos apoios à problemática do autismo.

 Sobre o protocolo tentou responder a todas as questões e dúvidas que lhe foram apresentadas, curiosamente sempre e apenas pelos três delegados da oposição,  garantindo que, apesar de só agora estar a entrar na mecânica da organização de eventos deste tipo, está certo que vai fazer do Festival de Vilar de Mouros 2014 um grande êxito e o de melhor cartaz a nível nacional, como forma de o relançar e atrair patrocinadores que sejam garantia de obtenção de importantes mais valias nas edições agora acordadas.

A Presidente da Junta manifestou a sua total confiança na capacidade do dirigente máximo da AMA para o projeto que se propõe desenvolver e ambos tentaram dar resposta às muitas dúvidas e algumas sérias críticas formuladas ao documento em questão. De entre elas destaco: 

- o porquê de se efetuar, numa altura destas, um contrato como este, que é assumido por quem está em fim de mandato e vai comprometer, por quatro anos, concorde com ele ou não, quem vier a ser eleito;

- a exiguidade das verbas a receber pela freguesia que, se as coisas correrem mal, pode até vir a ter prejuízo já que, conforme cláusula 10ª, se houver incumprimento do clausulado deste protocolo, da responsabilidade do Município ou da Freguesia, ambos terão de,  “solidariamente”, pagar à AMA, “todas as despesas que a mesma tiver por causa e por conta do Festival” ;
  
- a cláusula que permite ao Município, na prática, poder deixar de pagar os € 10 000,00 à Freguesia, porque, se não o fizer, não acontece nada…"sendo tal matéria tratada em sede própria”.
   
A justificação para a primeira destas questões, e com alguma lógica, foi que, se não fosse assinado agora o acordo e se se esperasse pelas eleições, já não seria viável a realização do festival de 2014, uma vez que, dada a qualidade do cartaz que se pretende, não haveria bandas disponíveis nessa altura. 
Aqui, embora a escolha do timing continue a pôr muitas reticências, poderei dar o benefício da dúvida, mas quanto às outras duas…acho que ninguém ficou convencido. Compreende-se que não se possa impedir a realização do festival, por qualquer motivo menor, a dois meses de distância (era o que faltava…), mas já não se compreende que se admita que o município se dê ao luxo de não pagar os “miseráveis” dez mil euros que se comprometeu a pagar e…não aconteça nada! Também não é fácil de entender que uma associação que tem como objetivo construir instalações orçadas em cerca de três milhões de euros, fora do concelho, e pretenda fazê-lo com as mais valias resultantes da realização do Festival de Vilar de Mouros, não possa disponibilizar mais que dez mil euros por edição à Freguesia.

Bem, seja como for, este protocolo, posto à votação, acabou por ser aprovado por três votos e meio a favor, um contra e duas abstenções. O meio voto foi como eu contabilizei a decisão de um delegado da maioria que declarou que votaria a favor na condição de se fazerem algumas alterações. Não referindo,  explicitamente, quais, parece-me evidente que não poderão deixar de ir de encontro às críticas e propostas apresentadas pelos eleitos da oposição, até porque foram os únicos a fazê-lo, como já disse.

Uma brevíssima apreciação final minha a tudo isto, pedindo desculpa aos amigos que tiveram a paciência para ler até aqui…

Este protocolo está feito à medida dos interesses do Município. Melhor dizendo, dos interesses eleitoralistas de quem lá está e tudo fará para continuar porque, pelos vistos, dá muito jeito. 

Se repararmos bem, as obrigações da câmara são mínimas. Aquilo a que se compromete, para além das "colaborações", limita-se pouco mais que a ceder o que já existe (terrenos de que é proprietária…quais?),  mantendo funcionais equipamentos, fazendo umas limpezas, colocando uns contentores, recolhendo o lixo, passando umas licenças (também era melhor…), pondo sinalética e…pagando à Freguesia 10 000,00 euros, se para aí estiver virada! Claro que se a Junta a eleger for amiguinha, é provável que pague, se não for…logo se vê. A indefinição sobre o que compete ao Município  e à Freguesia também é impressionante. Ambos fazem, em colaboração, quase a mesma coisa. Isso é mau? Claro que não, desde que haja respeito pelas competências, pela capacidade, pela autonomia e até pela dignidade de cada um. Só que eu ainda não me esqueci do que entende por “colaboração” quem detém, hoje, o poder municipal.

Por outro lado nota-se que este documento foi elaborado à pressa, feito em cima do joelho para não “cair” ainda mais em cima das eleições. Não? Então pergunta-se:
- Quem é o responsável pelo pagamento dos Serviços de Saúde, Bombeiros e/ou Cruz Vermelha, uma vez que ao Município apenas compete “colaborar” e nada consta nas atribuições da Freguesia e da AMA a esse respeito?

Bom, vou mesmo concluir. Resta-me desejar os maiores êxitos à Associação de Amigos do Autismo, a todos os níveis, incluindo o Festival de Vilar de Mouros, se possível, com um executivo  mais democrático na Câmara Municipal.

quarta-feira, 3 de julho de 2013

POLUIÇÃO DAS MINAS DE COVAS

 Problema sem fim à vista



O GEPPAV continua preocupado e vigilante relativamente à evolução das obras que visam pôr fim  à descarga de resíduos altamente poluentes, provenientes das escombreiras das antigas minas de Covas e lançados nas águas do rio Coura, através da ribeira do Poço Negro.


Por essa razão voltou a deslocar-se ao local, desta vez acompanhado por um elemento da Junta de Freguesia de Covas,  tendo decidido elaborar, publicar e enviar às entidades responsáveis, o comunicado que segue.



sábado, 22 de junho de 2013

JARDIM DE INFÂNCIA DE VILAR DE MOUROS


Festa de fim de ano escolar

Os senhores doutores
Mais um ano escolar chegou ao fim e a já tradicional (em Vilar de Mouros ainda vão sendo respeitadas algumas boas tradições, o que é de registar) festinha das crianças do Jardim de Infância, teve lugar pelas seis horas da tarde do dia 20 de Junho, nas instalações do Centro Escolar da freguesia. Em tudo semelhante à de 2012, notou-se, todavia, a participação de menos crianças, por duas razões: porque o seu número baixou e porque algumas delas, por motivos diferentes, não puderam comparecer.

Nem por isso a festa deixou de ser bem animada, com a interpretação de canções infantis diversas, sob a orientação da Educadora Margarida Rocha e de Elza Alvarez Ferreira, Professora da Academia de Música Fernandes Fão, que uma vez mais desempenhou um importante papel na preparação dos alunos ao longo do ano. 
Margarida e Elza orientando
Como também vem sendo habitual, os finalistas, num total de sete, depois de se vestirem a rigor, com capas e cartolas à maneira, desfilaram perante o muito público presente, na sua maioria familiares, como não podia deixar de ser, recebendo das mãos da sua Educadora as respetivas pastas com as fitas e os diplomas de fim de curso. Foi bonito, como foi bonito ver os pais dos alunos entregarem prendas à Margarida, em reconhecimento pelo bom trabalho que realizou com os seus filhos e a forma emocionada como ela tentou agradecer, tanto quanto o embargo da voz lho consentiu.

E já agora, alguém adivinha como tudo acabou? Como?!...Como?!... E não é que acertaram?!... Ah, pois é, toda a gente a confraternizar e  a petiscar as muitas e apetitosas iguarias que cada família levou e colocou ao redor duma mesa tipo comunitária, em que tudo era por todos compartilhado. 
A Catarina...minha neta
A crise, pelo menos por uns minutos, foi esquecida...que maravilha! Felicitações a quantos contribuíram para que esta festinha tivesse sido possível e que estes ainda muito jovens estudantes venham a ter os maiores êxitos em todas as vertentes das suas vidas.

Junto um curto vídeo e algumas fotos. Para ver aquele e enquanto não vem a fibra para Vilar de Mouros (virá?...) ou, em alternativa, nos colocam uma velocidade de net decente, aconselho a pôr em pausa e esperar que descarregue, evitando assim muitas paragens, dado o razoável peso que possui para melhorar a qualidade e poder ser visto em tamanho grande.

























quinta-feira, 13 de junho de 2013

CIRV - NOVOS CORPOS GERENTES

 
Foram, finalmente, eleitos os novos corpos gerentes do CIRV – Centro de Instrução e Recreio Vilarmourense, para o biénio 2013 / 2015.
Como é público, havia já sido realizada uma assembleia geral a 28 de Abril de 2013 com essa finalidade mas, não tendo surgido qualquer lista de candidatos e não tendo os órgãos sociais em exercício de funções, nomeadamente a direção, mostrado disponibilidade para continuar, foi acordado, consensualmente,  na altura, optar pela  convocação  de  nova assembleia,  dando assim mais uma
oportunidade a eventuais interessados em avançar para a gestão da coletividade.
 Assim se fez, tendo os sócios voltado a reunir no último domingo, dia 9 de Junho.


Apesar da já habitual escassez do número de presenças, que não chegou às duas dezenas (ainda assim superior à média das últimas reuniões) foi, felizmente, possível eleger uma nova gerência para os próximos dois anos. A única lista apresentada, da responsabilidade da direção cessante, que foi votada por unanimidade pelos associados presentes e que publico na íntegra no final desta mensagem, é composta por uma grande maioria de elementos que transitam da anterior gestão, com quatro caras novas: Raul António Torres, Jorge Aníbal Guerreiro e Arnaldo Martins Porto, na Direção; Sónia Sofia Silvano Fernandes, no Conselho Fiscal.


Consciente de que os tempos são difíceis, não posso deixar de agradecer a todos quantos acabaram por aceitar e assumir esta nova responsabilidade, sobretudo aos membros da direção, a quem sempre cabe a parte mais difícil e trabalhosa, desejando-lhes felicidades e os êxitos possíveis face ao momento bem complexo que, a vários níveis, atravessamos.
 
Deixo também um apelo aos sócios, muito em especial àqueles que, pelas mais diversas razões, se vêm afastando do CIRV: regressem, colaborem, dêem sugestões, ajudem dentro das possibilidades e disponibilidades de cada um, porque a associação precisa de todos e será o que cada um de nós quiser.
 
 CIRV –  órgãos sociais para 2013 / 2015

Assembleia Geral

Presidente – Basílio Alexandre Gonçalves Barrocas
1º Secretário – João Mourão Arieira
2º Secretário – Vitor do Nascimento Rocha

Direção

Presidente – Mário de Sousa Ranhada
Vice Presidente – Raul António Torres
Tesoureiro – António Maria Fiúza Fernandes
1º Secretário – Fernando Pontes Oliveira
2º Secretário - Jorge Aníbal Guerreiro
1º Vogal – José dos Santos Pereira
2º Vogal – José Maria Lages de Barros
3º Vogal - Arnaldo Martins Porto
4º Vogal – Laura de Jesus Santos Oliveira

Conselho Fiscal

Presidente – João António  do Cabo Barreiros
Relator – Sónia Sofia Silvano Fernandes
Secretário – Carlos Pedro Serro Barrocas

quarta-feira, 5 de junho de 2013

CORPO DE DEUS EM CAMINHA E VILARELHO


Arte na rua




Como vem sendo habitual, as ruas e praças de Caminha e de Vilarelho voltaram a ser embelezadas, na Festa do Corpo de Deus, por uma imensidão de flores, verdes e outros materiais, constituindo quadros de rara beleza, um verdadeiro regalo para os olhos de todos quantos, e muitos foram, quiseram marcar presença neste importante evento concelhio.



Refira-se que, tanto quanto me lembro, foi o primeiro ano em que tal aconteceu a um domingo (2 de Junho) já que, como se sabe, a festa do Corpo de Deus é sempre sessenta dias depois da Páscoa, calhando, portanto, a uma quinta-feira. 



Agora, tendo sido este um dos feriados religiosos suspensos (ou eliminados?) no âmbito do acordo entre o nosso (des)governo  e a troica, acontece que, até 2018 (só?), vai ter de ser comemorado a um fim de semana.

  
Mas isso são contas de outro rosário…

Especialmente para todos aqueles que, por se encontrarem longe ou por qualquer outro motivo alheio à sua vontade, não puderam estar presentes, aqui deixo algumas imagens colhidas um pouco antes da passagem da procissão. Não é a mesma coisa mas… dá para se ter uma ideia e é em situações como esta que aquele dito popular “vale mais uma imagem que mil palavras” faz todo o sentido.




Peço desculpa por algumas das fotos aparecerem, na miniatura, em posição incorreta. Clicando, ampliam e ficam na devida posição.

Termino felicitando todos quantos contribuíram para o sucesso de mais esta bela edição.